Em tópicos: Pop arte ou nova figuração

Entre o fim dos anos 1950 e os anos 1970, a arte brasileira passou a dialogar com o mundo da cultura de massa, dos quadrinhos, da publicidade e da política cotidiana. Foi nesse cenário que surgiram dois movimentos aparentados, mas distintos: a Pop Art — vinda dos Estados Unidos — e a Nova Figuração, que ganhou força na América Latina como resposta crítica aos tempos de autoritarismo e transformação social.

No Brasil, artistas como Rubens Gerchman, Antonio Dias, Wanda Pimentel e Hélio Oiticica reinventaram a imagem figurativa com ironia, crítica social e cores intensas. Neste texto, você vai entender as diferenças entre a pop art americana e a nova figuração latino-americana, seus principais nomes e o que essas imagens dizem sobre o tempo em que foram criadas — e sobre o nosso também.

1. Origens da Pop Arte nos Estados Unidos
Surgida nos anos 1950 e consolidada nos anos 1960, a Pop Art nos EUA foi uma resposta irônica ao consumismo e à cultura de massa, transformando ícones populares (como quadrinhos, embalagens e celebridades) em obras de arte.

2. Andy Warhol e Roy Lichtenstein como símbolos do movimento
Warhol, com suas latas de sopa Campbell e retratos de Marilyn Monroe, e Lichtenstein, com pinturas inspiradas em quadrinhos, tornaram-se ícones da Pop Art americana e internacional.

3. A chegada da Pop Arte à América Latina
A estética pop influenciou artistas latino-americanos a partir dos anos 1960, mas com reinterpretações críticas — especialmente frente à política autoritária e à desigualdade social do continente.

4. Nova Figuração: além da pop, uma reação política
Na América Latina, a Nova Figuração combinou a linguagem pop com uma abordagem mais dramática, expressiva e muitas vezes agressiva, voltada a denunciar a repressão, a violência e a alienação.

5. Brasil: entre crítica social e cultura visual popular
A nova figuração no Brasil dialogou com o contexto político da ditadura militar e se alimentou de imagens do cotidiano, dos quadrinhos, da TV e do universo urbano, com traços de ironia e denúncia.

6. Principais artistas brasileiros ligados à nova figuração
Wesley Duke Lee, Rubens Gerchman, Antonio Dias, Carlos Zilio, Wanda Pimentel e Roberto Magalhães foram nomes de destaque. Suas obras trazem figuras humanas estilizadas, cenas urbanas e crítica ao autoritarismo.

7. A linguagem da nova figuração
As obras misturam pintura figurativa, colagem, serigrafia e elementos gráficos da cultura de massa. A figura humana volta a ocupar o centro da tela, mas sempre em situações de tensão, opressão ou ironia.

PUBLICIDADE

8. Wanda Pimentel e o corpo feminino domesticado
Uma das poucas mulheres associadas ao movimento, Wanda retratou o corpo feminino de forma fragmentada em ambientes domésticos, denunciando a objetificação e o aprisionamento da mulher na modernidade.

9. Antonio Dias: entre pop e experimentalismo
Com obras provocadoras e títulos irônicos, Antonio Dias transitou entre a Pop Art e a crítica institucional, questionando tanto a arte quanto a política. Sua série “Nota sobre a morte iminente” é um exemplo disso.

10. Rubens Gerchman e a figura urbana
Gerchman retratou personagens anônimos das grandes cidades, inspirando-se nos quadrinhos, nas manchetes e nos slogans, com cores chapadas e composições dinâmicas.

11. A influência dos EUA e as tensões locais
Embora a estética pop tenha vindo dos Estados Unidos, artistas latino-americanos a ressignificaram com conteúdo político e crítica ao imperialismo cultural — uma arte pop sim, mas profundamente latino-americana.

12. Diferenças entre a Pop Art e a Nova Figuração
Enquanto a Pop Art americana tende ao distanciamento e à ironia, a Nova Figuração é mais emocional, carregada de crítica social e existencialismo, especialmente nos países sob regimes autoritários.

13. A influência da mídia e da publicidade
Ambas correntes absorveram elementos da mídia de massa, como TV, outdoors e revistas. No entanto, no Brasil e na América Latina, essas imagens eram frequentemente subvertidas.

14. Nova Figuração como arte de protesto
Ao contrário de um pop neutro ou celebratório, os artistas brasileiros utilizaram a linguagem figurativa para protestar contra a censura, a violência do Estado e a alienação da vida urbana.

15. O legado da nova figuração
A nova figuração abriu caminho para gerações posteriores de artistas preocupados com o corpo, a política, a cidade e a cultura popular. Sua potência crítica permanece relevante até hoje.

PUBLICIDADE

RELACIONADOS

CATEGORIAS

PUBLICIDADE

LEIA TAMBÉM