Que atire a primeira pedra o curador, artista ou produtor que nunca subiu numa escada, segurou a obra com uma mão, esticou a trena com a outra e ainda tentou acertar o nível com o olhar. Se você trabalha de forma independente no circuito da arte, é bem provável que já tenha assumido também o papel de montador, mesmo sem formação técnica para isso.
Claro que o ideal é contar com uma equipe especializada em montagem e expografia. Mas a realidade de muitos projetos, principalmente os autônomos e com orçamentos limitados, exige que artistas, curadores e produtores também coloquem a mão na massa. E para isso, é fundamental ter um kit básico de montagem sempre por perto. A seguir, reunimos uma lista de ferramentas e materiais que quebram o maior galho na hora de instalar obras, ajustar legendas e deixar tudo pronto para a abertura. Não é um guia técnico, mas um manual de sobrevivência artística com base em quem vive o corre da montagem na prática.
Luva de tecido
Item essencial para manusear obras com cuidado e segurança. As luvas evitam marcas de dedo, sujeiras e possíveis danos, especialmente em trabalhos em papel, vidro, fotografia ou materiais sensíveis.
Trena
Medir é a base de toda montagem bem-feita. A trena ajuda a centralizar quadros, calcular distâncias entre obras e manter a harmonia visual da parede. Melhor ainda se for aquela que trava sozinha e tem numeração clara.
Nível
O terror de qualquer montagem é a obra torta. O nível garante que tudo esteja alinhado, seja um quadro, uma etiqueta ou uma fileira inteira de obras. Modelos com bolha ou digitais funcionam muito bem.
Martelo
Clássico e indispensável. Seja para pregar, ajustar ou ajudar a encaixar algum suporte, o martelo é a estrela de qualquer maleta de montagem. Só não esqueça de usá-lo com delicadeza em espaços expositivos!
Prego
Ao contrário do parafuso, o prego é prático e rápido: com alguns marteladas, já está na parede. Em tamanhos variados, pode sustentar obras de até 2kg, se bem colocado e com a profundidade certa.
Fita VHB
Uma verdadeira aliada da expografia. Essa fita dupla face superaderente serve para estabilizar quadros, colar legendas, fixar painéis ou dar acabamento invisível. É forte, discreta e segura.
Fita crepe
Versátil, a fita crepe marca alturas, define posicionamentos e ajuda a alinhar várias obras ao longo de uma parede. Também serve para embalar as obras ao desmontar a exposição.
Lápis
Simples e eficaz. Usado para marcar pontos de furo, centralizar obras ou anotar medições diretamente na parede (de forma apagável). Prefira sempre os de grafite claro e traço fino.
Ímã e base de metal
Salvadores de obras em papel ou suportes leves. A base metálica pode ficar fixa na parede ou estrutura, e os ímãs prendem com delicadeza, sem danificar a obra. Ideal para trabalhos que precisam ser facilmente removidos ou reposicionados.
Ganchinho (parafuso escápula ou de pitão)
Item disputado em qualquer montagem. Os ganchinhos servem para pendurar obras com fio, suportes leves ou até placas de sinalização. Como somem com frequência, é sempre bom ter uns extras na maleta.
Fita durex larga
A versão mais robusta do durex é ótima para prender etiquetas temporárias, fixar fios, proteger quinas de molduras ou embalar itens da montagem.
Tesoura
Nem precisa explicar muito, né? A tesoura serve para cortar fitas, fios, papel, etiquetas e qualquer improviso de última hora. Tenha sempre uma boa por perto.
Fio de nylon
Transparente e resistente, o fio de nylon é ótimo para suspender obras do teto, fazer amarrações discretas ou montar estruturas leves. É aquele item que resolve mil situações diferentes.
Fio de aço (de pesca)
Mais fino que o de costume, o fio de aço usado na pesca é resistente e quase invisível. Pode substituir o nylon em montagens que exigem mais segurança, mas ainda buscam leveza visual.