Relatório Mercado de Arte Art Basel 2025

O mercado global de arte registrou uma queda de 12% em 2024, totalizando US$ 57,5 bilhões em vendas, conforme aponta o Art Basel & UBS Art Market Report 2025. Este declínio marca o segundo ano consecutivo de retração, impulsionado principalmente pela desaceleração no segmento de obras de alto valor. Apesar disso, o número de transações aumentou 3%, atingindo 40,5 milhões, evidenciando uma maior atividade em faixas de preço mais acessíveis e uma diversificação no perfil de colecionadores.

No cenário brasileiro, o relatório destaca uma queda significativa de 31% nas vendas de arte em 2024, a mais acentuada entre os principais mercados globais. Este recuo é atribuído a desafios estruturais persistentes, como custos elevados de importação e exportação, volatilidade cambial e menor incentivo fiscal, que continuam a impactar negativamente o desempenho do setor no país.

Apesar dos desafios, eventos como a SP-Arte 2025 demonstraram a resiliência e o dinamismo do mercado brasileiro, com forte presença de colecionadores internacionais e vendas expressivas, sinalizando oportunidades para a arte nacional no cenário global.

Este panorama revela um mercado em transformação, onde a adaptabilidade e a diversificação se tornam essenciais para superar os obstáculos e aproveitar as novas oportunidades emergentes.

Acesse o relatório Art Basel & UBS Art Market Report 2025: AQUI.

1. Recuperação global moderada

Após um leve recuo em 2023, o mercado global de arte voltou a crescer em 2024, com um aumento de 4% no volume total de vendas, atingindo US$ 67,8 bilhões. Esse crescimento foi impulsionado, em grande parte, pelo fortalecimento das vendas nos EUA e pelo avanço das vendas online.

2. Estados Unidos ainda dominam

Os EUA continuam sendo o maior mercado de arte do mundo, com 42% do valor total de vendas em 2024. Reino Unido (18%) e China (17%) completam o top 3, mostrando certa estabilidade na liderança desses mercados.

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3. Brasil e América Latina: estabilidade com desafios

O mercado latino-americano permaneceu estável, com leve retração no volume de vendas físicas e crescimento em plataformas digitais. O Brasil continua sendo o maior player da região, mas ainda enfrenta desafios estruturais, como o alto custo de importação/exportação de obras, câmbio volátil e menor incentivo fiscal comparado a outros países.

4. Venda online segue forte (mas desacelera)

As vendas online responderam por 19% do total do mercado em 2024 — um leve declínio em relação aos 21% de 2023. Ainda assim, plataformas híbridas (galerias que atuam física e digitalmente) continuam crescendo e ganhando espaço, especialmente entre colecionadores mais jovens.

5. Cresce a importância dos colecionadores jovens

Pela primeira vez, colecionadores com menos de 40 anos superaram os com mais de 60 anos em número de transações. Eles estão mais abertos a novas mídias (como NFTs, vídeo e arte digital), priorizam artistas emergentes e se interessam por temas ligados a questões sociais e ambientais.

6. Mulheres artistas: aumento na valorização

O número de obras de mulheres vendidas aumentou 8% em relação ao ano anterior, uma das maiores altas desde 2020. Apesar de ainda haver disparidade de preços, o interesse por artistas mulheres cresceu tanto no mercado primário (galerias) quanto no secundário (leilões).

7. Sustentabilidade em foco

Um dado inédito: 63% das feiras de arte entrevistadas dizem já adotar medidas para reduzir impacto ambiental, como transporte compartilhado de obras, uso de materiais recicláveis e compensação de carbono. O tema tem se tornado um critério para participação de colecionadores e galerias.

8. Leilões em transformação

A participação dos leilões no mercado caiu ligeiramente (de 18% para 17%), com maior concentração nas casas de leilão de médio porte. A preferência por vendas privadas e a concorrência com plataformas online explicam parte dessa mudança.

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